28/09/10

dois anos mais tarde





Há tanto tempo que não te vejo, parece o dobro do que na realidade passou. As nossas vidas continuaram, mas tenho a certeza que não deixámos de estar juntos nem sequer um dia, nos nossos pensamentos, nos nossos sonhos, ainda assim sinto a tua falta. Os dias passaram, nas primeiras semanas foi mesmo muito difícil, não te tinha sempre ao meu lado, disponível para tudo o que eu precisasse, não te podia dar um abraço sempre que me apetecesse, nem pegar na tua mão sempre que me sentisse sozinho, muito menos ouvir as tuas palavras (e que palavras!) que sempre me ajudaram como mais ninguém. Acabei por me habituar à ideia de continuar esta guerra sozinho, de perder batalhas, cair e ser alvejado, sem te ter por perto para me ajudar a levantar e dar mais um passo; mesmo assim a cada semana que passava sentia-me mais longe de ti, e a minha alma angustiava e lamentava-se por perder mais um momento da tua vida, da nossa vida. O que me fez viver mais um dia todos os dias foi o facto de estar cada vez mais perto desta hora, da hora em que eu te enviaria esta carta a dizer que estou de partida, de partida para os teus braços, para o teu ombro amigo, de partida para o nosso mundo, para a nossa vida que foi interrompida. E a partir deste momento, fico a contar os dias e as horas, para voltarmos a ser quem éramos, e voltarmos a termo-nos como apoio, a continuar a enfrentar esta guerra, mas mais fortes e maiores.


vamos estar sempre juntos, a nossa grande amizade não permitiria o contrário